Um mergulho em uma mente doentia

 

 🔞Aviso de gatilho🛑

 Recentemente, uma autora que publica no Wattpad e também na Amazon foi exposta nas redes sociais por romantizar abuso sexual. Primeiro, eu pensei que fosse uma daquelas fics idiotas que muitas pré adolescentes idiotas que nunca beijaram um cara na vida, escrevem, mas, quando li alguns trechos, eu me dei conta de quão doentio aquilo era, pior... Era perturbador, com tantos gatilhos que eu fiquei profundamente deprimida por dois dias.

         Eu sei que já escrevi algumas coisas doentias como Elo, Dark Side e Amor Obsessivo, mas que eu me lembre bem, em nenhuma delas, a mocinha terminou com seu estuprador. Em Dark Side, por mais que algumas leitoras insistissem no incesto e no perdão, eu recusei porque só queria escrever sobre algo real - o estupro - que, muitas vezes, é praticado por um membro da própria família, o que torna tudo mais difícil para a vítima. 

        Foi difícil para mim escrever sobre esse tema porque eu não sei lidar bem. Foram anos sofrendo com medo de homens e de me relacionar, mas, eu tento superar. Não fui estuprada, mas assediada por muitos garotos na época do colegial (falei disso em outro post) e só o medo do que poderia ter acontecido, e também, do que aconteceu, já me traumatizou o bastante. Eu percebi que piorou quando assisti Doce Vingança e me arrependo até hoje de ter visto esse filme, porque intensificou meu medo. Eu achei que poderia superar se escrevesse sobre ele. Então, criei Elo, e acho que consegui passar toda a minha impotência através da protagonista, mas foi difícil. Muita gente não entendeu a mensagem e pensou que eu fosse só uma psicopata ou estivesse tentando chamar a atenção, mas, no decorrer da história, eu fui tentando humanizar as personagens, mostrar que a própria protagonista não era muito sã, e sei lá se consegui passar a mensagem.

              Estou trabalhando na adaptação de Elo e como eu gosto do Merlin, mudei a personalidade e história dele, justamente para que ninguém me acuse de romantizar nada. Desde os primeiros capítulos do livro, eu deixo claro que Merlin sobre com Borderline e a Neelam com esquizofrenia. Não estou tentando romantizar nada. Novamente, estou tentando entender aspectos da minha personalidade, porque eu sei que minha forma de amar e ver o mundo é diferente, e eu tento transmitir isso através de meus personagens. Porque eu ando mais sensível que antes, não tenho mais condições psicológicas de  escrever sobre abuso sexual, por isso, eu retirei isso de Elo, preferindo focar no movimento Anarquista e nos ideais que o mesmo representa, além é claro do romance complicado de Neelam, suas crises, e o velho e bom suspense. Teremos um assassino em série? Não! Teremos mais de um! Eu amo escrever suspense por isso, me dedicarei como nunca nesse livro. Pode demorar para sair, mas, acredito que valerá a pena esperar.

             Quanto a Amor Obsessivo, vale repetir novamente que alterei o final justamente para que não houvesse romantização. Ficaram alguns vilões vivos? Ficaram, mas, talvez, porque essa autora que vos escreve, planeje uma continuação futuramente, e todos sabem, que suspense sem vilão, não é suspense. Certo? A menos que eu fizesse a protagonista surtar e matar seu amado Elliot. Não queremos isso, queremos? Não mesmo!

            Eu ainda não lancei Dark Side como livro, mas já quero avisar que, indiretamente estará conectada a Elo, com a participação de um dos personagens, por isso, se gostar de Elo, leia Dark Side. E, por favor, pessoinhas que lerem meus livros na Amazon, deixem suas avaliações para eu saber se vocês odiaram ou amaram, para que eu saiba se estou melhorando como autora. Eu gostava da época das fanfics porque meus leitores eram sincerões e sempre diziam o que gostaram ou não, e não tinam medo de sentar a chinela nas cabeças de alguns personagens. Eu sei que tem muitos autores que são grossos e não gostam de ouvir críticas, mas, quero que saibam que não sou como certas @ e que ao contrário delas, eu aceito todas as críticas construtivas. E, mais, eu adoro essa interação entre autor e leitor porque são vocês que leem a história que ajudam o escritor a caminhar para o rumo certo, caso se desvie. Já perdi as contas de quantas histórias, meus leitores me ajudaram a terminar, de quantos personagens vocês me brindaram. Eu juro que se um dia, eu ficar famosa, lembrarei de vocês porque vocês sempre estiveram lá quando precisei. Obrigada!

                Eu sou contra romantização de qualquer forma de abuso! Já disse uma vez que nunca gostei daquelas histórias de Camren em que a Camila sofria com algum transtorno mental e a Lauren namorava com ela, mesmo tendo consciência de que a garota tinha a idade mental de uma criança de três anos. Chega a ser assustador! Não estou citando nenhum autor em particular, até porque seria difícil, já que existem inúmeras histórias assim nessa categoria. 

        Não é hipocrisia da minha parte, mas, quem entende o mínimo de transtornos mentais, que se dá ao trabalho de fazer uma pesquisa decente sobre o tema, deveria entender que há transtornos que permitem a pessoa de ter uma vida quase normal, como a esquizofrenia, por exemplo. Claro, tudo depende de como a pessoa se comporta. 

         Eu não sei você, mas, independente da idade, acho errado namorar com uma pessoa que age como uma criancinha. Não estou falando de Síndrome de Peter Pan, porque nos dias atuais, muitos adultos são assim, mas, de transtornos graves que afetam o raciocínio lógico e a personalidade de um adulto. Se uma pessoa se comporta como uma criança, se acredita ser uma, então, é errado forçá-la a agir como um adulto.

          "Ah, mas é fofinho", e doentio! Sabe o que eu penso disso? Que esse tipo de pessoa que escreve essas histórias, está imaginando uma criança no lugar da personagem, ou, seja, você já sabe que essa pessoa não é boa coisa.

         "Ah, mas todo mundo escreve história assim e não dá nada, não".

      NÃO dava, ANTES! Mas, agora as pessoas andam mais atentas e expondo sem dó quem faz isso. Vamos evitar a dor de cabeça e exposição indesejada e apagar ou consertar essas histórias. Sempre tem como consertar. Por exemplo, em vez de a moça ser tão doente, ela poderia sofrer de amnésia temporária, ou cegueira... Já que você quer tanto escrever sobre alguém doente, busque algo um pouco menos sombrio, ou pelo menos aceitável. Poxa! Eu só vejo histórias com protagonistas cegos nos gêneros terror e suspense, nunca em um romance! 

       E quantos aos psicopatas, tudo bem, se você quer um psicopata fofo, mas, para ele ser fofo, lembre-se que ele não pode ultrapassar certos limites, ou seja, na realidade, ele não deve ser um psicopata, apenas Sombriamente Fofo como um "vampiro vegetariano" (oh, não, as pessoas falam tanto de Crepúsculo que eu acho que meio que virei fã, dorga), sacaram?

       E acho legal exporem essas histórias tóxicas, mas queria pedir para terem cuidado e avisarem antes que o tema é sensível, porque nem todo mundo tem estrutura psicológica para lidar com esses assuntos. Eu preferia ter evitado ler, mas todo mundo só jogou na timeline e quando me dei conta já tinha lido. Enfim, é isso. Vamos ouvir nossos leitores quando eles pedirem para pararmos ou pegarmos leve porque nem todo mundo suporta mergulhar na mente doentia de um estuprador. Obrigada. ©

            

 

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