Por que é tão difícil lidar com as Redes Sociais?

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Confesso que fiquei feliz quando anunciaram que o número de curtidas no Instagram não ficaria mais visível porque, de fato, não é saudável postar uma foto só pensando no número de curtidas...Você perde a sua espontaneidade, e será que nos dias atuais isso ainda existe? Sinto saudades do tempo em que as pessoas amavam tirar fotos apenas para ilustrar os momentos que estavam vivendo. Hoje, a tendência é registrar o que NÃO se vive.  Entendo bem disso e a maioria das fotos em que apareço sorrindo como se estivesse feliz da vida, na realidade, eu estava mal humorada ou triste. Por isso, parei de tirar fotos, mesmo quando vejo uma nova escultura legal na minha cidade, prefiro tirar foto apenas da escultura porque qualquer sorriso meu naquela foto seria falso.
          Mas todos os sorrisos nas fotos não são falsos, apenas pose? Sim, mas a diferença no meu caso é que eu não quero mesmo aparecer, porque acho bobo e sem sentido. Desde pequena sempre fui assim, nunca quis agir como os outros e fazer o que eles faziam só porque todo mundo fazia... Não. Eu nunca fui Maria-vai-com-as-outras. Já li relatos de pessoas deprimidas que viveram apenas por likes e porque viveram por likes, quando foram socialmente reprovadas por algo, cometeram suicídio. Acho que gente insegura e redes sociais é uma combinação perigosa. Tudo bem enaltecer seu ego, já fiz muito isso, mas quando os likes eram poucos ou os elogios escassos, eu sofria e me esforçava para agradar. Não quero mais isso para mim, não. Deixo as celebridades para lá, com suas vidas "perfeitamente imperfeitas", elas tem dinheiro para pagar terapeuta se algo der ruim. Se bem que, às vezes, nem o dinheiro as salva. 
          Eu gosto do Instagram porque é legal para divulgar meus livros, mas segui o conselho de uma amiga e criei um perfil pessoal e privado, separado do perfil comercial, para que as pessoas foquem no que realmente importa (no perfil comercial, os meus livros, e no perfil pessoal, eu). Não gosto muito de seguir escritores porque ainda fico comparando minhas histórias com as deles e isso me faz mal. Não posso fazer isso, até porque cada autor tem seu estilo, mas eu os acompanho vez ou outra. Tem uma escritora em especial, que eu admiro muito e, embora eu seja tímida para sempre interagir com ela, é a única que sigo sorrindo porque ela é incrível!
         Recentemente voltei a usar o Tumblr porque é ótimo para postar frases de livros (ou vai ver, sou só eu que segue vários perfis que postam citações e poemas) e até criei um grupo no Facebook, mas o Face me dá uma preguiça... Acho que a plataforma me distrai porque, logo que entro, recebo uma enxurrada de informações que são difíceis de serem ignoradas. O insta, não... Eu rolo um pouco a página e a preguiça já me força a ir logo para o meu perfil e depois de postar algo, sair. Ainda assim, eu uso essas redes na marra e quando não estou a fim de entrar, só deixo os posts programados ou deixo a Gigi ou a Lily postar para mim, como, elas tem acesso às minhas contas, fica mais fácil. Eu confio nelas porque as conheço há anos e, também, a única coisa que importa para mim são meus livros e estão bem guardados no meu pendrive. 
           Só quero aconselhar qualquer um que ler este post a não se cobrar tanto para ser aceito ou popular virtualmente porque a felicidade que isso traz se vai tão rápido quanto vem. Faça seu trabalho e o divulgue, acompanhe seus ídolos, interaja com amigos e colegas, mas não exija a perfeição de si mesmo porque você é humano e humanos são imperfeitos. 
             Eu não estou deprimida, mas fico, se me forço a permanecer em qualquer rede social por mais de cinco minutos. Ainda estou aprendendo a lidar com isso. A internet é maravilhosa, mas não deve ser limitada às redes sociais, estas servem para compartilhar informações e interagir com pessoas, mas não para comparar sua vida às dos outros. Todo mundo diz isso, mas nem todo mundo segue seu próprio conselho. Um beijo, amores, e até o próximo post. ©

O que inspira um escritor?

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Escritores criam mundos e personagens que podem cativar leitores e, às vezes, suas criações são tão perfeitas ou realistas que nos fazem questionar, teria o autor passado por experiência semelhante (em casos realistas)? Ou, então... Como ele criou isso? Há escritores que não hesitam em assumir que certo caso ou personagem foi inspirado em um evento pessoal, outros, no entanto, nos fazem engolir a seco, o típico "veio da minha cabeça", ou variantes, mas algo não vem simplesmente na cabeça de alguém... A menos que estejamos falando de um esquizofrênico, eu duvido que alguém esteja andando por aí e de repente surja em sua mente toda a história de um livro. Não funciona assim. O processo criativo vem em fases.
         A primeira fase começa com a admiração, é quando o autor se sente atraído por algum ser (fantástico ou não) e começa a imaginá-lo em diferentes situações. Por exemplo: O autor lê Carmilla e se sente atraído pela figura de uma vampira, então, ele pode pesquisar imagens de vampiras no google, pode ler outros livros ou assistir a filmes e séries, ao mesmo tempo em que começa a imaginar "e se...", e tudo começa com esse "E se"...
       Algumas vezes, essa admiração pode refletir nos sonhos do autor e gerar mais inspiração. Independente de ocorrer ou não, ele buscará inspiração nas coisas diárias, imaginando como seria se sua personagem estivesse inserida em sua realidade, o que levantará interessantes questionamentos como: "O que fulana faria se tivesse que dirigir até o trabalho? Ela dirigiria ou voaria? Ela teria um trabalho?", Então, vem a interação com outras personagens; "fulana é sociável ou prefere ficar na dela? Ela lidaria com os outros da mesma forma que eu?".
         Há autores que começam desenvolvendo as personagens primeiro porque a história gira em torno delas e, sendo elas, as mais importantes, deveria começar com elas, certo? Há inúmeras formas de fazer isso, a mais fácil é ao estilo fanfiction, com a criação de uma O.C simples como a seguinte:


*Nome completo:
*Idade:
*Nacionalidade:
*Aparência física:
*Personalidade:
*História:


Uma vez que isso tudo esteja definido, você já tem de onde partir. A história de seu personagem deve ter questões a serem respondidas ao longo da trama, como por exemplo: "Fulana não conheceu o pai, ou fulano busca saber quem assassinou seu irmão", isso se não for o foco principal de sua trama, te salvará de um possível bloqueio criativo. Anotar várias ideias em uma agenda, também pode ser útil e o que você não usar na história atual, poderá reciclar para a próxima.
           Séries e filmes também inspiram e porque você está julgando a coerência dos fatos apresentados ali, você saberá o que funciona ou não para você. Scream Queens é uma série que eu adoro, mas que não recomendaria para alguém que está buscando inspiração para escrever Suspense porque nada faz sentido ali. Entendo o contexto da série, sua pretensão e etc, mas só estou ilustrando aqui que só porque funcionou como série não significa que funcionará como livro, talvez, como fanfic, mas não como livro. Tenho acompanhado algumas resenhas, e percebi que leitores de livros são mais exigentes que leitores de fanfics ou de séries, porque tudo tem de estar perfeitamente encaixado ao longo da história, a protagonista não pode ser indecisa nem perfeitinha e nem ao estilo Chanel Oberlin... O final feliz tem de obrigatoriamente existir e os eventos narrados não podem ser tão traumatizantes aos leitores porque, além de tornar a leitura desconfortável, enseja aversão a uma provável continuação. Alguma vez, você já não esbarrou com uma protagonista que te irritou tanto a ponto de te fazer torcer pelo vilão? No meu caso, eu posso citar a protagonista de O Massacre Da Serra Elétrica 3, que era tão histérica, que eu mesma queria entrar no filme e matá-la. Já o vilão gatinho, interpretado pelo Viggo Mortensen (que vocês, com certeza, conhecem como Aragorn de O Senhor Dos Anéis) me deixou com vontade de me tornar uma Sawyer. 
       Eu já cometi várias vezes, esse erro de criar bons psicopatas e péssimos mocinhos, por isso mesmo, te aconselho a rever seus vilões e mocinhos e ver se eles despertar os sentimentos certos nos leitores. Um mocinho que não desperta empatia não é um bom mocinho. No caso de O Massacre Da Serra Elétrica, é sempre difícil sentir empatia pelos mocinhos, a não ser que seja interpretado por alguém que você goste muito como em O Massacre Da Serra Elétrica - O Início, em que aparece o Mattew Bomer (que só fui perceber que era ele porque li o nome nos créditos já que ele era muito jovem).
           Se os vilões são o centro da sua história, então, danem-se os mocinhos, mas caso contrário... Reveja-os urgentemente.
          Ainda citando O Massacre Da Serra Elétrica, você pode ver como é importante um personagem ser bem construído e o mais realista possível. Uma dia é se colocar no lugar da personagem e se perguntar como VOCÊ reagiria em certas situações. Eu não consigo me imaginar fazendo piadinha diante de um assassino e muito menos, o provocando. As pessoas assistem filmes de terror para sentirem medo e da mesma forma, leem livros do gênero pela mesma razão, então, piadinhas em momentos tensos (se não vierem do psicopata) são inaceitáveis.
        O mocinho piadista é um pé no saco, assim como o mocinho histérico, mas, sem dúvida, o pior mocinho de todos, é o sofredor... Aquele que perdeu os pais, foi morar com uma tia abusiva, foi chifrado pela namorada, espancado no colégio, assaltado, tomou chuva e ainda foi parar em uma floresta onde será caçado por canibais retardados. Aff, sabemos como isso termina... Mais drama e uma morte lenta e sofrida. E o que dizer do mocinho fodão, que é um gato, conquista todas, sabe judô, e é invencível? Se esse cara existe na vida real, quero distância dele.
      Personagens precisam ser mais humanizadas, terem defeitos (nem tantos, pelo amor de Deus) e, também, qualidades (não vamos exagerar, hein?) para que o leitor possa se identificar com ele e torcer pelo mesmo. Também é preciso inovar nas tramas para não termos várias histórias que começam e terminam do mesmo jeito porque já deu, né? Clássicos são bons e fazem sucesso, mas os clichês devem evitados.
       Após a construção de seu personagem, você deve decidir onde irá inseri-lo e é muito importante que os cenários descritos sejam relevantes para a sua história. De nada adianta, sua personagem morar na linda Paris e você perder tempo descrevendo a capital quando a história se passa mesmo no interior de um prédio ou uma casa velha de onde a personagem mal saí. Nesse caso, você deveria descrever é a casa e não a cidade que ela mal explorará. Para cada protagonista há um tipo específico de cenário e ignorar isso é tornar sua narrativa menos realista. Gaste algumas horas em pesquisa - não apenas de cenário -, mas de hábitos e costumes regionais para dar mais autenticidade. Lembre-se: Uma jovem urbana nunca se comportará como uma jovem rural porque elas tem prioridades diferentes e estão inseridas em estilos de vidas opostos. Não ignore isso!
       O universo LGBT é incrível e tem inspirado boas histórias, mas, mesmo essas precisam ser mais autênticas e levar coisas importantes em consideração. Primeiro, nem todo mundo é gay, mas parece que os autores esquecem isso e criam uma história onde todo mundo é gay e feliz. Fala sério? Você já viu isso na vida real? Pense em como seria estranho se sua mãe fosse lésbica, sua prima lésbica, sua avó lésbica, sua tia lésbica, toda as garotas da sua classe, lésbicas também, e até a moça da padaria... Eu juro que já li histórias assim! Isso é assustadoramente fofo, mas REALISMO sempre, então, tudo bem amigas lésbicas para um casal lésbico, mas não vamos ignorar os héteros, por favor? E tentemos ser fiéis à época da narrativa. 
          Princesas lésbicas soam fascinantes para uma bi como eu, mas infelizmente, o preconceito existe e não é de hoje, se houve alguma princesa lésbica na História, ela deve ter sofrido porque ninguém iria simplesmente aceitar a sua orientação sexual e ficar por isso mesmo. Tenho visto exemplos de relações bissexuais na História, mas eles sempre eram discretos ou, no mínimo, secretos (ou quase). Nunca ouvi falar de nenhuma princesa que abertamente tenha se declarado lésbica. Hmmm.... Tinha uma que amava mulheres e era cristã, não lembro se era russa. Houve épocas que o amor homossexual até era admitido na sociedade, mas não conheço nenhum caso oficial para ilustrar. No entanto, levando em conta a ignorância de outros tempos (e também de atualmente), acho improvável uma princesinha lésbica, então, se você quer realismo no seu livro, por favor, não finja que o preconceito nunca existiu porque você deve mostrar a seus leitores COMO e PORQUE enfrentá-lo. Fingir que ele não existe só mostra como você não sabe lidar com isso.
           Eu me inspiro muito nas minhas celebridades favoritas para criar personagens, mas não fico presa pela personalidade delas, desenvolvendo novas personalidades. Sarah Bolger é conhecida por vários papéis como mocinha, e antes mesmo de ela passar a interpretar vilãs, eu já a visualizava como uma. Gosto de imaginar atrizes que interpretam mocinhas, como vilãs, e vice versa. Essa inversão me atraí muito.
             Eu sofro com ansiedade e minhas histórias me ajudam a lidar com isso. Alguns traumas, medos e fantasias me servem como inspiração para algumas histórias que escrevo. É óbvio que sempre tenho o cuidado de colocar aquilo de uma forma subliminar ou distorcida para que não associem a mim, afinal, estou contanto a história de um personagem fictício e não escrevendo uma autobiografia. 
             Algumas histórias foram muito sofridas para mim e eu tive sérias crises enquanto as escrevia. Damas Sangrentas, Amaldiçoados, Elo, Dark Side... Foram as mais difíceis para mim, especialmente as duas últimas porque eu me forcei a enfrentar traumas do passado que eu sabia que tinha de enfrentar para superar. Não superei de todo, mas me fez bem desabafar. É meio desesperador ter de reler Elo enquanto a adapto para livro, mas é necessário. Acho que todas as minhas histórias que meus leitores mais gostaram só os agradou porque eu me permiti relembrar coisas desagradáveis que me marcaram profundamente. Quando escrevi Amaldiçoados, eu estava sozinha, com muita saudade das minhas amigas e, meu único consolo além das músicas dos Backstreet Boys era escrever, então, eu me imaginava em um castelo com minhas melhores amigas e meus ídolos e isso, de alguma forma me consolava. Tinha noites em que eu estava sozinha em casa, e quando começava a chorar porque não tinha ninguém para me ouvir (minha mãe trabalhava e minha única companhia era meu irmão que na época tinha quatro anos), eu escrevia. Isso aliviava meu sofrimento. Me doeu muito ouvir da garota que me plagiou que essa história veio da cabeça dela, quando eu sofri para criar cada linha. Ela só leu e copiou, eu não... Eu fiquei sentada em um canto, pensando em tudo o que eu tinha perdido e lutando para acreditar que as coisas seriam melhores... E só tinha minha imaginação para me consolar.
           Damas Sangrentas, escrevi quando estava lutando para me convencer de que gostar de garotas não me condenaria ao inferno. Por isso que as lésbicas na história eram representadas ou como ghouls ou como bruxas... Porque era assim que EU me sentia, como se estivesse me tornando um monstro. Felizmente, eu vi o lado bom de ser um "monstro" e consegui me aceitar, mas essa história foi importante como transição para mim.
          A personalidade da Niele de Elo refletia uma época triste em que eu me sentia perdida e não sabia que rumo tomar. Ela era desejada pela maioria das personagens masculinas, por que? Será que eu não me sentia desejada ou eu era narcisista? Isso, na verdade, representava um tempo que até hoje, eu queria esquecer... Quando eu tinha por volta dos quatorze anos (se não me engano), eu sofri assédio por parte de vários garotos no colégio. Eles me seguiam nos corredores, tentavam me beijar, teve um que até se esfregou em mim (nojento), e eles diziam coisas horríveis. Alguns moravam na mesma rua que eu e viviam me cercando em grupo e me pedindo para escolher um deles para ser meu namorado. Eu lidava com isso da melhor forma que podia. Eu nem entendia direito o que acontecia e sempre que tentava falar para alguns adultos próximos, eles não davam importância. Isso parou um pouco quando comecei a andar com algumas amigas e me aproximei de um professor que se importava, mas o estrago já estava feito. Eu deixei de confiar em homens, não suporto ver grupos masculinos e se passo por um, eu me sinto assustada, não uso mais saias que mostrem os joelhos (na época eu só usava jeans e a camiseta do colégio) e nem decotes, eu nunca gostei. Tenho medo. Acho que isso pode ter inspirado um pouco a personagem de Dark Side, a qual emprestei meu nome. Como vocês podem ver, nada veio 100% da minha cabeça, foi uns 10% e o resto foi lembranças de experiências amargas que eu precisei de alguma forma, desabafar. Eu não sinto vergonha de compartilhar isso com ninguém porque o que forma uma boa história, é o que ela contém ou não de pessoal, e as minhas sempre trazem um pouco de mim.
          Os filmes sempre me inspiram mais que os livros porque eu posso ver a cores o que funciona ou não para personagens, e pegar emprestado alguns aspectos das personalidades de meus psicopatas favoritos, mas obviamente, os filmes não são minha única fonte. Gosto de ler livros sobre psicologia e também assistir a documentários sobre casos criminais. Não sou do tipo obcecada por serial killers, que adoraria se casar com um... Deus me livre! Meu interesse neles, é exclusivamente por causa das histórias que escrevo. Já quis ser psiquiatra forense, legista e até policial para ajudar a desvendar crimes, mas... Desisti de seguir qualquer uma dessas carreiras porque quanto mais eu lia a respeito ou assistia a documentários, me dava conta de que não tinha e não tenho a frieza necessária para lidar com tudo isso. Eu sempre termino chorando pelas vítimas e com muita vontade de jogar seus algozes direito no inferno. Como escritora, estou segura atrás dessa tela, escrevendo sobre monstros que não existem e que podem ser punidos de uma forma que considero justa.
         Esse é o lado bom de ser autor, fazer o que você quiser, mas sem se esquecer de que há um público julgando e esse público não terá medo de demonstrar sua indignação se você for um autor desleixado. ©
 

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