Encanto Maligno: Capítulo 1 - Um passado escrito com sangue


 Mussomeli, Itália – 1896


Debora Ann sentou-se à mesa com suas irmãs e seu primo. Sua mãe havia se casado com o primo após a esposa dele morrer algumas semanas depois de dar a luz a Jared e o seu marido morrer durante uma caçada. Julianne teve duas filhas com seu novo marido, mas sempre amou Jared como se fosse seu próprio filho e ele sempre a chamou de mãe. Jared Padalecki era branco, com belos olhos azuis e cabelos negros e longos que emolduravam seu belo rosto. Desde a morte do pai, ele se tornou responsável pelas primas e passou a trabalhar como diretor do hospital psiquiátrico, Boaventura. Ele trabalhava muito e sempre estava cansado e mal humorado. Taissa costumava prender os longos cabelos castanho claros em uma trança lateral, e não exibia um vestido bonito todo dia como Nina, preferindo roupas mais simples como calça, botas e camiseta – era um look incomum para uma mulher na época, ela sabia, por isso, só se vestia daquele modo em casa. Taissa sempre carregava uma bolsa de couro com alguns livros dentro porque preferia livros a pessoas. Nikolina ou como gostava de ser chamada, Nina herdara os cabelos negros do pai. Ela e a irmã mais velha eram naturalmente atraentes, mas qualquer semelhança que Nina e Debora tivessem, terminava ali, porque enquanto a mais velha insistia em permanecer presa ao luto pela morte do pai e agia de forma estranha, sussurrando para as paredes, a mais nova desejava viver plenamente e desfrutar de tudo o que achava que tinha direito, mas, de alguma forma, nada satisfazia Nina porque Debora, mesmo, sendo patética, tinha uma coisa que Nina não tinha… O coração de Jared. "Por que você simplesmente não se atira pela janela?", Nina pensou com ódio enquanto encarava a irmã mais velha, que permanecia com o olhar vago, se recusando a tocar na comida. Nina já tivera oportunidade de empurrar a irmã da janela do segundo andar, mas se detivera por falta de coragem. - Coma um pouco? - Jared disse, gentilmente, ao tocar a mão de Debora. Debora se voltou ao primo e sorriu de forma doce, antes de atender seu pedido. Nina sentiu vontade de enfiar a faca que segurava na jugular de Debora enquanto repetia que a odiava, mas se conteve rapidamente, soltando a faca e repousando as mãos trêmulas no colo. - Eu não sei como vocês conseguem. - Falou Taissa, enjoada. - Conseguem o quê? - Perguntou Nina, grata por sua irmã caçula ter desviado a atenção para si. - Comer a carne de pobres animais. - Falou Taissa. - É melhor que comer capim. - Disse Nina rindo, nervosa. - Isso não é capim. É salada! - Falou Taissa. - Sei… - Nina revirou os olhos e encarou as próprias mãos, desejando que elas parassem de tremer. - É muito nutritiva. Você deveria experimentar. - Falou Taissa. - Não, prefiro comer carne de coelho. - Disse Nina sorrindo, maldosa. "Só precisa pensar em algo feliz para se acalmar", Nina suspirou. - Você é cruel. - Falou Taissa. Nina imaginou que o vinho de Debora estava envenenado e que ela, logo, agonizaria… Funcionou. Suas mãos deixaram de tremer. - Sim, sou. - Nina riu, feliz. - Parem com isso! - Disse Jared, irritado. - Taissa? Nina não gosta de salada. E Nina? Taissa não gosta de carne. Respeitem uma a outra?! - Ela é esquisita. - Disse Nina. - Você é esquisita! - Falou Taissa. - Droga! Será que dá para pararem? - Jared deu um murro na mesa. Assustadas, Taissa e Nina pararam de discutir. Jared pegou sua taça de vinho e bebeu um pouco. - Como foi seu dia, Jared? - Perguntou Debora, tentando tornar o clima menos pesado. - Péssimo. - Ele respondeu. - Pensei que quando chegasse em casa, descansaria um pouco, mas essas duas só fazem testar a minha paciência. - Não se preocupe? Ficarei de olho nelas. - Disse Debora. - Obrigado, Debora. Eu não sei o que faria sem você. - Jared sorriu. - Ai, Debora! Debora… - Disse Nina com ciúmes. - Você é um puxa saco, Jared! - Não precisa sentir ciúmes, irmãzinha. Eu adoro você! - Disse Jared, rindo. - Sim. Você me adora, mas ama a Debora. - Falou Nina sem esconder sua frustração. - Quanto drama! - Disse Taissa sem levar a sério a inveja que Nina sentia de Debora. - Jared é injusto com a gente, Taissa! Não percebe? Ele sempre dá as melhores coisas a Debora. Lembra-se da festa de aniversário dela? Foi a melhor e ela ganhou tantos presentes, que posso apostar que até hoje não abriu metade deles. E o meu aniversário… Ele fez uma festinha sem graça só para a família e alguns amigos bobos dele. O único presente bom que ganhei foi aquele colar de brilhante. - Reclamou Nina. - Qualquer coisa que eu der a Debora sempre será insignificante porque ela merece mais. - Disse Jared. - Por quê? - Nina levantou a voz. - Porque ela me ajudou a cuidar de vocês depois do que houve com os nossos pais. - Disse Jared. - Ela podia ter se casado e nos deixado, mas abriu mão disso para cuidar de vocês. Enquanto eu trabalhava duro para dar uma boa vida a vocês, era ela quem ficava e FICA com vocês, as mimando. Nina abaixou a cabeça, envergonhada. Tudo o que Jared dissera era verdade. Desde a morte de seus pais, Jared e Debora abriram mão de todos os seus sonhos para cuidarem da família ou do que sobrara dela.

† † †

Ao entardecer, como de costume, Debora se arrumou. Pegou um buquê e foi para o cemitério. Depositou as flores sobre o túmulo de seu tio e sentou-se ali mesmo. Dessa vez, Debora demorou um pouco mais no cemitério. Após conversar com seu tio e chorar como habitualmente, deitou-se em cima de seu túmulo. Lembrou-se de quando ele era vivo, de seu sorriso, de seu abraço. Ele havia sido como um pai para ela. Debora estava tão triste que só queria dormir e nunca mais acordar. Antes de abrir os olhos novamente, sentiu uma mão acariciar seu rosto. Abriu os olhos, assustada. Já era noite. A lua cheia iluminava aquele lugar triste. Levantou-se e olhou ao redor, procurando por alguém. Estava sozinha, mas com medo porque sentira uma mão acariciá-la há pouco e seu véu havia sumido. - Tem alguém aqui? - Perguntou Debora. Apenas o silêncio lhe respondeu. - Seja quem for, apareça! Por favor? - Disse Debora encarando as sombras da floresta. Tudo continuou em silêncio. Nervosa, ela decidiu ir embora. Enquanto caminhava, apressada, teve a desconfortável sensação de ser seguida. No entanto, em nenhum momento, se atreveu a olhar para trás, pois, temeu o quer que fosse que a estivesse seguindo. Quando, finalmente chegou em casa, foi para seu quarto e trocou-se. Depois, sentou-se em sua escrivaninha e escreveu em seu diário. Enquanto escrevia, foi tomada novamente por aquela sensação de ser observada. Olhou para trás. A janela de seu quarto estava aberta. Debora levantou-se e se aproximou da janela para fechá-la. Foi quando olhou através dela, o jardim. Estava escuro, mas Debora achou ter visto alguém no escuro. Talvez fosse apenas mais uma sombra no meio de tantas outras. Ela fechou a janela e voltou para a escrivaninha. Alguém bateu à porta de seu quarto. - Pode entrar. - Disse Debora. A porta se abriu e por ela, passou Jared. - Com licença? - Disse ele, encostando a porta. - Deseja alguma coisa? - Perguntou Debora desconfiada enquanto se levantava. - Onde estava? - Ele inquiriu sem jeito. - No cemitério. - Ela respondeu virando o rosto por um instante. - Por que demorou? Fiquei preocupado. É perigoso andar sozinha de noite. - Ele disse. - Eu estou bem. - Ela assegurou. - Como não vou me preocupar com você se é minha prima? - Disse Jared se aproximando dela. - Eu prometo que não vou mais me atrasar. - Disse Debora. Jared colocou a mão no ombro dela e suspirou. - Tenho medo que desapareça como a titia. - Disse ele. - Me desculpe? - Falou Debora. Jared aproximou seu rosto do dela e a encarou nos olhos. Por um momento, ela pensou que ele fosse beijá-la, mas ele apenas sorriu e disse: - Seus olhos são iguais aos dela. - Você sempre diz isso. - Falou ela abaixando a cabeça. - Ei? - Disse ele segurando o queixo dela e erguendo sua cabeça. Debora o encarou. - Qual o problema? - Perguntou ele. - Não importa o que a gente faça. Nunca pagaremos pelo nosso erro. Nunca! - Disse Debora chorando. Jared a abraçou forte. - Eu não me arrependo de nada e se pudesse voltar no tempo, faria tudo de novo. - O que está dizendo? Não percebe? Foi nossa culpa… A morte do seu pai. - Disse Debora recuando. - Não. Não foi! - Disse Jared. - Pare de dizer isso? Não é verdade. - Ele estava arrasado por causa da mamãe. Não mereceu o que fizemos a ele. - Disse Debora. - Você se arrepende de não ter se casado com o Evan? - Jared perguntou, chateado. - Não estou dizendo isso. Mas, se tivesse me casado com ele, talvez, o meu tio estivesse vivo. - Disse Debora. - Por favor? Não diga isso. - Pediu Jared encostando sua testa na dela. - Eu não suportaria vê-la nos braços dele. - Minha culpa é tão grande quanto o meu amor por você. - Disse Debora e o beijou nos lábios. Jared a levou até a cama sem deixar de beijá-la nenhum minuto. Os dois deitaram-se. Ele por cima dela. - Eu te amo e não me importo de queimar no inferno por esse amor! - Disse ele, chorando. - Eu também não. - Debora o beijou com avidez.

Antes…

Jared e Debora apaixonaram-se um pelo outro quando ela tinha quatorze anos e ele, dezesseis. Ambos sabiam o que sentiam um pelo outro só de se olharem. Por muito tempo, tentaram disfarçar este sentimento, até que o pai de Jared deu a mão de Debora a Evan Peters. Jared teve medo de perder Debora e decidiu confessar a ela tudo o que sentia. Debora disse que também o amava, mas que sua mãe e seu tio nunca aceitariam aquele amor. Jared a convenceu a não resistir mais a esse amor. Os dois começaram a namorar em segredo e planejavam fugir quando Julianne desapareceu misteriosamente. O pai de Jared, Jeffrey Dean, desconfiou do modo como os dois se tratavam e do fato de estarem sempre juntos, e, às vezes, os encontrar muito próximos como um casal de namorados. Decidiu segui-los um dia até à floresta e viu com seus próprios olhos suas cruéis suspeitas se confirmarem. Revoltado, voltou para casa, pegou uma arma e foi até a floresta e os surpreendeu. Cheio de ódio, Jeffrey acusou Jared de abusar de sua prima e bateu nele. - Por favor, tio? Pare! Jared não me molestou. Eu juro! - Disse Debora entrando na frente dele para proteger seu primo. - Eu sinto muito por não ter percebido isso antes que fosse tarde. - Disse Jeffrey. - Mas vou lavar sua honra! - Jeffrey apontou a arma para cabeça de Jared. - Eu nunca a machucaria papai porque a amo. - Disse Jared. - Cale-se! Você é um pervertido! - Gritou Jared. - Ele não fez nada, tio. - Disse Debora. - Nós nos amamos! - Ele a seduziu! - Gritou Jeffrey, tentando acreditar em suas próprias palavras. Aquilo era horrível demais para ser verdade. Por isso, precisava acreditar que ao menos um deles não consentia com aquela loucura. E era mais fácil pensar que Jared era o vilão da história. Jeffrey havia perdido sua esposa. Agora, teria de perder um filho. - Diga, desgraçado… Você se atreveu a tocá-la? - Perguntou Jeffrey. Jared não respondeu. - Não! Ele não fez isso! - Respondeu Debora. - Eu estou falando com ele! - Jeffrey empurrou Debora para longe de Jared. Ela caiu no chão. - Por favor? Tio, não! - Implorou Debora. - Você sabia da condição dela e ainda assim teve coragem de fazer isso? - Jeffrey disse ao filho. Jared virou o rosto, sem saber o que responder. Jeffrey se voltou à sobrinha e disse que estava tudo bem, que não estava bravo com ela. Enquanto Jeffrey falava com Debora, Jared tentou tomar sua arma. Os dois lutaram por algum tempo. Quando, acidentalmente a arma disparou e acertou o peito de Jeffrey. Jared se afastou, atônito, encarando o sangue em suas mãos. Debora se aproximou de seu tio, caído no chão. - Tio? Por favor? Resista? Você vai ficar bem. - Eu te amo. - Disse Jeffrey apertando a mão dela. - Por favor, tio? Me perdoe? - Ela implorou com remorso. Jeffrey sorriu e tocou o rosto dela pela última vez antes de fechar os olhos e morrer. Jared deu um jeito de fazer tudo parecer um suicídio e seu plano deu certo. Todos acreditaram que Jeffrey tirou a própria vida por causa da esposa desaparecida, dada como morta. Como filho mais velho, Jared herdou boa parte do que seus pais tinham e se tornou o homem da família.

Atualmente…

- Queria tanto torná-la minha esposa. - Disse Jared abraçando o corpo nu de Debora. - Isso é impossível. - Disse ela, chateada por ter de viver em segredo aquele amor. - Não. Não é. Você tem medo que as pessoas desconfiem de nós, mas eu acho que ninguém suspeitaria de nada. Já faz tempo. - E nossas irmãs? - Estive pensando em uma forma de nos livrarmos delas de uma vez por todas. Vou arranjar casamento para as duas, o quanto antes. Assim que elas se casarem, poderemos partir deste lugar maldito e viver o nosso amor. - Tão simples assim? - Não confia em mim, meu amor? - Perguntou ele e não esperou por uma resposta. - Se pudesse, dormiria com você essa noite. - E por que não dorme? - Perguntou Debora sorrindo. - E se as meninas desconfiarem? - Perguntou Jared. - Você tranca a porta de seu quarto e eu tranco a do meu. Se elas nos procurarem, pensarão que estamos dormindo, cada um, em seu quarto. - Disse Debora. - Então, deixe a porta encostada? Venho pra cá assim que elas dormirem. - Jared beijou Debora. E, como combinado, Jared esperou suas irmãs irem se deitar para depois ir até o quarto da prima. Trancou a porta e apagou a luz para que se Taissa ou Nina levantassem para ir ao banheiro, não percebessem que Debora estava acordada. Antes… No velório de seu pai, Jared não derramou uma só lágrima e no dia seguinte, já estava mudando as coisas na casa. Contratando e despedindo empregados, se desfazendo das coisas pessoais de seu pai. Debora discutira com ele por causa disso. - Não tem o direito de se desfazer das coisas dele! - Disse ela com raiva. - Por que se importa com um monte de coisas velhas? Ele nem era seu pai. - São as coisas dele! Não pode simplesmente se livrar de tudo o que pertencia a ele. Não pode apagá-lo, por mais que queira, e sabe disso! - Por que não mandamos tudo para o inferno, nos livramos das meninas e vamos embora para longe para sermos felizes longe daqui? - Se livrar das meninas… O que está dizendo? Você não pode estar falando sério. - Disse Debora não o reconhecendo. - Podemos entregá-las para os nossos tios. Ou sei lá, mandá-las para um internato ou um convento. Tanto faz! Debora deu um tapa no rosto de Jared. - Se fizer isso… Se mandar nossas irmãs para longe, conto às autoridades que foi você quem matou o meu tio. - Ameaçou Debora. - Foi um acidente! - Será que foi? - Você é tão culpada quanto eu. - Disse Jared agarrando o braço dela. - Deus! Você é um monstro! - Disse ela, puxando o braço e recuando. - De qualquer forma, você choraria por ele ou por mim, agora. - Falou Jared. - Quer dizer, que não se sente culpado? - Disse ela. - Ele nem era meu pai. - Jared deu de ombros. - O quê? - Perguntou Debora atônita com a revelação. - Ouvi sua mãe e ele conversando uma vez. Ele disse que só casou com a minha mãe por pena e que ela estava grávida de outro. Você vê? Nem sequer temos o mesmo sangue, Debora. Eu sou um bastardo!- Disse Jared. - Isso não é verdade! - Falou Debora. - Sim, é sim. Eu sou um maldito bastardo. - Disse Jared ressentido. - Não quero mais ouvir isso! É mentira! Você só quer que eu odeie a memória do meu tio. - Falou Debora. - Sinto muito se não consegue aceitar a verdade. - Disse Jared, virando o rosto. Atualmente… - Está tudo bem, Debora? - Perguntou Jared ao ouvi-la suspirar. - Não está dormindo? - Perguntou ela. - Ainda não. - Disse ele. - Por que nos apaixonamos? - Perguntou ela. Jared ponderou antes de responder: - Eu não sei. Acho que em uma vida passada, nós fomos almas gêmeas e nos amávamos tanto que decidimos nos reencontrar nessa vida. Só que, nem os anjos imaginaram que pudéssemos nos apaixonar novamente. - Você acredita mesmo nisso? - Ela perguntou rindo. - Sim. Você não? - Respondeu ele. - Não sei. - Respondeu ela. - O que acha de fazermos um piquenique amanhã, só nós dois? - Jared pareceu animado com a própria ideia. - Seria bom. - Disse ela. - Te farei uma surpresa, amanhã. Vai ver! - Falou Jared. - Que surpresa? - Perguntou ela, curiosa. - Se eu contar, deixa de ser surpresa. - Disse ele. Debora ouviu um suspiro e olhou para porta, rapidamente e viu uma sombra se movendo pela fresta. Como já estava acostumada a ver coisas que ninguém mais via, ignorou e fechou os olhos.

† † †

Nina se afastou da porta do quarto de Debora, chorando. Pior que confirmar que Jared não a amava, era saber que ele estava ansioso para se livrar dela.

† † †

Quando Debora finalmente adormeceu teve um sonho estranho: Estava dormindo no cemitério quando um estranho se aproximou dela, agachou-se ao seu lado e tirou o seu véu, admirou sua beleza e tocou em seu rosto. Nesse instante, ela despertou assustada. Sentira alguém a tocando. Sabia que não estava sozinha. - Tem alguém aqui? - Perguntou ela, mas ninguém lhe respondeu. - Se tem alguém aqui, por favor, responda? Ela se apressou em ir embora para a casa. Alguém a seguiu e a espiou pela janela de seu quarto. Ela o vira nas sombras, no jardim mais cedo. Ele a observou fechar a janela e quando percebeu que era seguro, se aproximou novamente para vê-la pela janela de vidro. Ela não poderia vê-lo porque ele era invisível. Ele a viu se entregando ao primo e a observou com um misto de curiosidade e espanto. Ele era de uma época em que aquilo não era aceitável, mas os tempos haviam mudado, ele sabia. Primos podiam se casar com primos, ainda que algumas pessoas não aprovassem aquilo. Ele sentiu pena dela ao vê-la chorar quando o primo saiu de seu quarto. Ela abrira uma gaveta de sua penteadeira e apanhara um punhal. Estava disposta a cortar os próprios pulsos e pôr um fim à própria vida miserável. Ele sentiu a boca seca só de imaginar seu sangue escorrendo. Mas, infelizmente, ele ficaria só na vontade porque não podia entrar naquele quarto. E não era a janela fechada que o impedia. No último instante, ela perdeu a coragem e guardou o punhal. Aquela estranha criatura das trevas a observou pelo resto da noite, sempre a vendo pelas janelas da casa. Ele a viu na sala conversando com suas irmãs. A viu tomando banho. A viu jantando e a viu voltando para o quarto e se entregando ao primo novamente. Ele queria entrar e se aproximar dela. Queria arrastá-la para as sombras com ele. Então, arranhou o vidro da janela com suas unhas grandes e afiadas. Debora acordou com um barulho. Parecia que alguém estava arranhando a janela de seu quarto. Levantou-se e vestiu seu robe. Foi até a janela e viu um homem, com o cabelo negro, à altura dos ombros, vestido elegantemente, parado do lado de fora, levitando no ar. O estranho homem sorriu e estendeu a mão para ela, convidando-a a ir com ele. Para onde, ela não sabia. Tampouco, fazia questão de descobrir. Se afastou da janela com um grito.


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Sinopse: Sinopse: Após descobrir o segredo de seu irmão, o renomado doutor Jared Padalecki, Taissa é mandada para o hospital psiquiátrico Boaventura, onde acredita estar segura, confiada aos cuidados do misterioso doutor Evan Peters. No entanto, ela nem imagina que as paredes de Boaventura guardam muitos segredos. Pacientes desaparecem misteriosamente enquanto há um monstro há solta na cidade que deixa uma trilha de corpos sem uma gota de sangue por onde passa. (Leia no app Fizzo)

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